terça-feira, 12 de junho de 2012

Instituições de Ensino x Aprendizagem

As instituições são também responsáveis pela bagagem pré-adquiridas exigidas pelo mercado de trabalho. Muitas empresas fazem seus processos seletivos para programas de estágio e trainee e já na pré-seleção define de quais universidades devem vir os candidatos, antes mesmos de chamá-los para uma entrevista. E quando se trata de candidatos para estágio, se estes não possuem uma bagagem profissional, o peso dessa escolha é mais acentuado.

Segundo autores diversos e autoridades de Recursos Humanos, a empregabilidade representa o potencial de o indivíduo crescer empresarialmente desde seu primeiro emprego.

Embora fatores para essa condição de empregabilidade raramente sejam expressos, as pessoas no início de suas vidas profissionais aprendem rapidamente que, para ter sucesso, precisam mostrar interesse, ter aptidão para aquilo que desenvolvem e manter uma postura adequada, adotando saudáveis hábitos de trabalho. No entanto, nem as escolas, nem as agências de colocação ensinam sobre empregabilidade. Aqueles que têm oportunidade de receber tal treinamento levam evidente vantagem no mercado de trabalho. 

As organizações passaram por um processo de reestruturação, no qual várias ocupações foram destruídas e outras novas surgiram. O emprego industrial foi reduzido em função da alta inserção de tecnologia, enquanto o setor de serviços se expandiu. O mercado de trabalho se flexibilizou e as relações de trabalho se precarizaram; aumentou a ocupação por conta própria e a informalidade em geral. Para a grande maioria da classe trabalhadora, tal flexibilização trouxe impactos por demais danosos, como a perda do emprego e dificuldade de reinserção no mercado de trabalho. Tal dificuldade é também decorrente das novas demandas do mercado de trabalho.

Tal conjuntura fez com que o trabalhador passasse a se preocupar com o acesso e manutenção do emprego, ou seja, com sua empregabilidade.


A ênfase sobre as competências no lugar de qualificações também intensifica a discussão sobre empregabilidade. Ao enfatizar características subjetivas, como criatividade, adaptabilidade, a noção de competência transfere do social para o individual a responsabilidade pela inserção profissional. Além da ênfase nas competências, o que se percebe também nas organizações de hoje é a exigência de maiores níveis de qualificação para a admissão de novos funcionários. A empregabilidade formal é ponto importante a ser estudado em função do fenômeno de precarização do trabalho vivenciado no Brasil nos últimos anos e a sua reformulação quanto a visão de profissional qualificado para o mercado de trabalho atual.

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