As instituições são também responsáveis
pela bagagem pré-adquiridas exigidas pelo mercado de trabalho. Muitas empresas
fazem seus processos seletivos para programas de estágio e trainee e já na
pré-seleção define de quais universidades devem vir os candidatos, antes mesmos
de chamá-los para uma entrevista. E quando se trata de candidatos para estágio,
se estes não possuem uma bagagem profissional, o peso dessa escolha é mais
acentuado.
Segundo autores diversos e autoridades
de Recursos Humanos, a empregabilidade representa o potencial de o indivíduo
crescer empresarialmente desde seu primeiro emprego.
Embora fatores para essa condição de
empregabilidade raramente sejam expressos, as pessoas no início de suas vidas
profissionais aprendem rapidamente que, para ter sucesso, precisam mostrar interesse,
ter aptidão para aquilo que desenvolvem e manter uma postura adequada, adotando
saudáveis hábitos de trabalho. No entanto, nem as escolas, nem as agências de
colocação ensinam sobre empregabilidade. Aqueles que têm oportunidade de
receber tal treinamento levam evidente vantagem no mercado de trabalho.
As organizações passaram por um
processo de reestruturação, no qual várias ocupações foram destruídas e outras
novas surgiram. O emprego industrial foi reduzido em função da alta inserção de
tecnologia, enquanto o setor de serviços se expandiu. O mercado de trabalho se
flexibilizou e as relações de trabalho se precarizaram; aumentou a ocupação por
conta própria e a informalidade em geral. Para a grande maioria da classe
trabalhadora, tal flexibilização trouxe impactos por demais danosos, como a
perda do emprego e dificuldade de reinserção no mercado de trabalho. Tal
dificuldade é também decorrente das novas demandas do mercado de trabalho.
Tal conjuntura fez com que o
trabalhador passasse a se preocupar com o acesso e manutenção do emprego, ou
seja, com sua empregabilidade.
A ênfase sobre as competências no lugar de qualificações também intensifica a discussão sobre empregabilidade. Ao enfatizar características subjetivas, como criatividade, adaptabilidade, a noção de competência transfere do social para o individual a responsabilidade pela inserção profissional. Além da ênfase nas competências, o que se percebe também nas organizações de hoje é a exigência de maiores níveis de qualificação para a admissão de novos funcionários. A empregabilidade formal é ponto importante a ser estudado em função do fenômeno de precarização do trabalho vivenciado no Brasil nos últimos anos e a sua reformulação quanto a visão de profissional qualificado para o mercado de trabalho atual.
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